A expectativa quanto a formação de profissionais de saúde para álcool, crack e outras drogas pelo projeto Caminhos do Cuidado, no Estado de São Paulo é grande. A avaliação das diretoras do município e do Estado é bastante positiva e os problemas operacionais que surgiram, inicialmente, estão sendo superados.

Laura Santucci, diretora da Escola Municipal de Saúde de São Paulo, explicou que no estado seis escolas municipais de Saúde são regionalizadas. São elas, as Escolas Municipais de Saúde: Regional Centro-Oeste; Regional Leste 1; Regional Leste 2; Regional Norte; Regional Sudeste e Regional Sul.  “O município de São Paulo tem cerca 80 mil trabalhadores da área da saúde, 8,5 mil passarão pela formação do Projeto Caminhos do Cuidado, sendo que destes 7,2 mil são Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) e os demais são auxiliares e técnicos de enfermagem (ATENFs)”, explicou Laura.

A diretora contou que o município já tem outros projetos de formação na área de saúde mental, com recursos do Ministério da Saúde. O Profaps (Programa de Formação de Profissionais de Nível Médio para a Saúde), que tem a mesma temática (substâncias psicoativas). O outro é um projeto que vai promover a qualificação e a educação permanente dos profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) de São Paulo, visando à implementação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Esse projeto, objeto do convênio nº 779947/2012 vai qualificar 11 mil pessoas.

“O que esperamos é que possa ser feita a integração entre os programas”.  O Profaps, de acordo com Laura é mais aprofundado com uma carga horária de 160 horas e o Caminhos do Cuidado tem o foco na sensibilização e na Atenção Básica, com carga horária de 60 horas, para a formação dos ACSs e ATENFs.

Segundo a diretora, no início do projeto houve alguns problemas operacionais, que já foram superados. No momento, ela espera poder estender o apoio ao projeto na área pedagógica. “Por enquanto, o nosso apoio tem sido administrativo”.

Estado espera formar 33 mil ACSs e ATENFs até 2014

Carolina Rosa de Barros Feitosa, que é diretora do grupo de seleção de Recursos e Desenvolvimento da Coordenadoria de RH do Estado de São Paulo, e que também coordena o núcleo de apoio às seis Escolas Técnica do SUS do Estado de São Paulo – os Centros Formadores de Pessoal para a Saúde de Franco da Rocha, Assis, Osasco, São Paulo e o Centro Formador de RH de Pessoal de Nível Médio para a Saúde- Escola de Enfermagem – diz não ter dúvidas da importância da discussão sobre álcool e drogas no estado.

“Existe uma grande demanda para se discutir álcool e drogas. Estamos com grande expectativa e achamos muito oportuna a proposta, que vem ao encontro da sociedade”.

Segundo Carolina, a expectativa inicial era de formação de 56 turmas, mas na primeira chamada somente 72 tutores foram selecionados, seria preciso 112 tutores. “Esperamos que com a nova seleção de tutores, possamos ocupar alguns espaços geográficos sem tutores ou com poucos tutores, como por exemplo, a Região do Vale do Paraíba, Bauru, Ribeirão Preto e Vale do Ribeira”, comentou.

Segundo ela, a realização simultânea de outros cursos no Estado tem dificultado um pouco, na liberação dos agentes e técnicos de enfermagem pelos gestores.

A avaliação dos tutores sobre o conteúdo do curso oferecido pelo Projeto Caminhos do Cuidado é muito boa e eles estão muito satisfeitos, destaca Carolina. “Eles têm se mobilizado e participado bastante O curso está bem montado e a proposta é interessante”. A diretora disse também que as dificuldades iniciais de infra-logística para a realização dos cursos foram superadas.

Ela informou que as cinco escolas do SUS ligadas à rede estadual cobrem os 645 municípios, e 90% deles são atendidos pelo Programa Saúde da Família.

A meta final do Projeto Caminhos do Cuidado até 2014 é a formação de 33 mil ACSs e Atenfs no Estado de São Paulo.