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Escolas se reúnem em Salvador para conhecer Observatório
8 de junho de 2016

Na noite de 1º de junho, parte da equipe do Caminhos do Cuidado desembarcou em Salvador (BA) para mais uma rodada de apresentações do novo Observatório Caminhos do Cuidado. Dessa vez, a capital soteropolitana foi a escolhida para promover o encontro dos diretores e representantes das Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde (ETSUS) da região Nordeste do País, e compartilhar o desenho da nova plataforma virtual em um esforço de construção coletiva.

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Encontro entre os diretores e representantes das ETSUS e os colaboradores do Caminhos do Cuidado no Largo de Santana, em Salvador

O bairro do Rio Vermelho, onde se situa a Paróquia de Sant’anna do Rio Vermelho, a escultura em tamanho real do casal de escritores baianos Jorge Amado e Zélia Gattai, diversos restaurantes e o famoso “Acarajé da Dinha”, foi o ponto de encontro marcado para receber a todos que chegavam para a reunião que começaria na manhã seguinte. Em uma noite agradável, à beira mar, os diretores e representantes das ETSUS do Nordeste e os colaboradores do Caminhos do Cuidado puderam se encontrar após o período da formação, que aconteceu entre 2013 e 2015.

No dia seguinte (2/06), logo pela manhã, os participantes do evento se dirigiram à Escola de Formação Técnica em Saúde da Bahia (EFTS-BA), local onde aconteceu a rodada de apresentações do Observatório Caminhos do Cuidado. A diretora da EFTS-BA, Maria José Camarão, abriu o encontro, agradecendo a oportunidade gerada pelo Caminhos do Cuidado ao promover um encontro de todas as escolas técnicas da região Nordeste.

Chegada da equipe do Caminhos do Cuidado à EFTS-BA/ Café da manhã oferecido pela Direção da escola aos participantes do encontro

Chegada da equipe do Caminhos do Cuidado à EFTS-BA/ Café da manhã oferecido pela Direção da escola aos participantes do encontro

“Já tem tempo que a região Nordeste não se reunia e a gente achou bacana a iniciativa do Caminhos porque foi uma proposta que começou nem tão próxima de nós e, atualmente, está completamente ligada às escolas. Consideramos um momento de encontro, entrosamento e articulação. Além disso, sempre pudemos contar com o Ministério da Saúde e a própria Fiocruz, por meio da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, para potencializar as escolas do nosso território”, destacou Maria José.

Estiveram presentes, além dos diretores e representantes das 12 ETSUS do Nordeste, alguns trabalhadores da EFTS-BA e o coordenador da Secretaria de Comunicação da RET-SUS, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Carlos Maurício Barreto.

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Início da rodada de apresentações para a região Nordeste

Segundo o coordenador de infraestrutura e logística do Caminhos do Cuidado, Ruy Casale, o Nordeste apresentou uma peculiaridade bastante significativa no processo de formação: foi a região que, embora conte com o maior número de estados envolvidos, conseguiu atingir, em sua maioria, 100% da meta, chegando até mesmo a superá-la.

Ao avaliar o êxito da formação no nordeste, o diretor administrativo do Centro Formador de Recursos Humanos da Paraíba (Cefor RH-PB), Jonathan Lucena, lamentou alguns pontos que dificultaram o alcance da meta em alguns territórios do estado da Paraíba.

“Conseguimos concluir muitas turmas, mas faltou esse pouquinho que foi justamente nos municípios que são bem pequenos. A gente precisou unir as turmas e a questão do deslocamento também prejudicou. A escola considerou a experiência muito válida, até mesmo pelo tema abordado da Saúde Mental, com a perspectiva da redução de danos, que é um avanço no mundo inteiro e também no Brasil”, enfatizou Lucena.

O encontro teve apenas um intervalo, quando a diretora da EFTS-BA ofereceu um café da manhã, que contou com comidas típicas de Salvador, como o beiju, biscoito folheado de açúcar e canela e o pão delícia. Além disso, bombons e balas também foram oferecidos ao longo da rodada. E foi nesse clima adocicado que o Caminhos do Cuidado conduziu as apresentações.

O coordenador de infraestrutura e logística do Caminhos do Cuidado, Ruy Casale, e a consultora de tecnologia do projeto, Lia Matté, falaram sobre os indicadores do processo de formação e mostraram a ferramenta utilizada para o armazenamento dos dados, Business Intelligence.

O desenho do curso de atualização, que será destinado aos trabalhadores da Estratégia Saúde da Família (ESF), foi exposto pela coordenadora de Educação a Distância (EAD) do projeto, Pilar Belmonte. Na sequência, parte da equipe do AvaliaCaminhos, representada pelos profissionais do EducaSaúde, Renata Gusmão e Stefanie Kulpa, explicaram sobre o andamento da pesquisa avaliativa do processo de formação do projeto (2013-2015) e sobre o curso de especialização que está em fase de desenvolvimento, e será destinado aos profissionais que atuam nas ETSUS de todo o país.

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Diretora da EFTS-BA, Maria José Camarão/ Colaboradores do projeto/ Rodada de apresentações do Observatório Caminhos do Cuidado

A última apresentação foi conduzida pela consultora do Caminhos do Cuidado, Cristina Ruas, que discursou sobre os demais canais que contemplam a primeira proposta do Observatório, sendo eles: Memórias do Caminho, Repositório e Editoria de Produção e Pesquisa. Nesse momento, foi conversado sobre as ações de comunicação desenvolvidas pela Coordenação de Comunicação do projeto e enfatizada a importância da parceria com as escolas técnicas para manter a rede viva.

Entre as escolas técnicas presentes, quatro delas pertencem ao estado do Ceará, sendo representadas pelo diretor de Educação Profissional da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), Caio Cavalcanti; pela superintendente da Escola de Saúde Pública de Iguatu (ESP Iguatu-CE), Samara Leite; pela diretora da Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia (EFSFVS-CE), Maria do Socorro Dias; e pela coordenadora da ETSUS Dr Antonio Marchet Callou, em Barbalha-CE, Luzia Rocha.

Ao longo do processo de formação, a ESP-CE foi a responsável por coordenar as atividades no Ceará junto com a equipe do Caminhos do Cuidado. Segundo o diretor Caio Cavalcanti, somente no estado, o projeto capacitou mais de 17 mil agentes comunitários em saúde (ACSs), auxiliares e técnicos de enfermagem, contemplando todos os municípios.

“É um projeto extremamente abrangente e que envolveu tutores, orientadores, a equipe de coordenação da ESP-CE e os trabalhadores das equipes de saúde da família. O envolvimento que o projeto gerou foi muito importante, principalmente para os ACSs, porque eles tinham muitas dúvidas e questionamentos de como trabalhar essa questão da Saúde Mental, com ênfase em álcool e outras drogas em seus territórios. O Caminhos veio para buscar responder isso, disponibilizando ferramentas e tecnologias de trabalho”, ressaltou Cavalcanti.

Para a diretora da EFSFVS-CE, Maria do Socorro Dias, um dos grandes desafios para as escolas técnicas do SUS, atualmente, é a questão da sustentabilidade. “O que mais foi apresentado hoje tem relação com propostas para os campos da formação, comunicação, informatização e pesquisa, e o nosso entendimento é que esses elementos estruturantes podem contribuir para a sustentabilidade, para dar vida às escolas, independente da gestão que esteja a frente. Considero que tudo isso vá fazer muita diferença, já que poderemos aprender e vivenciar a partir do que for compartilhado no Observatório. Somado a tudo isso, ainda temos a oportunidade do encontro e do diálogo entre as escolas, o que nos mobiliza para o enfrentamento das questões, principalmente, em contextos complexos como este que nós estamos vivendo”, enfatizou Socorro.

Por sua vez, a coordenadora geral da ETSUS de Barbalha-CE, Luzia Rocha, disse que a escola ficará bastante feliz se puder participar mais diretamente desse processo de continuidade e de apoio por parte do Caminhos do Cuidado. “O intuito da escola é servir aos profissionais do SUS, mas precisamos ter apoio. Somos quatro escolas técnicas no Ceará e considero fundamental ter uma associação entre nós mesmos nas ações”, ressaltou Luzia.

Continuidade da formação do Caminhos do Cuidado

De acordo com Maria José Camarão, diretora da EFTS-BA, os próprios agentes comunitários de saúde e outros trabalhadores que se envolveram na formação do Caminhos do Cuidado revelaram o desejo de mais cursos, inclusive envolvendo os profissionais de nível superior. Essa lógica de pensamento também foi evidenciada pelo diretor do Cefor RH-PB, Jonathan Lucena, que revelou que os próprios ex-alunos falaram sobre a importância de outros trabalhadores de saúde da família também serem contemplados com a formação.

Marcas no território e expectativas

A diretora da EFTS-BA mencionou a oportunidade gerada pelo projeto de trabalhar pela primeira vez com a questão da Saúde Mental para o ensino médio. Já a representante da ETSUS de Alagoas, Emilene Donato, ressaltou os muitos depoimentos dos participantes do processo de formação de como foi transformadora a experiência para a lógica do pensar que, muitas vezes, era vista de forma preconceituosa e com um certo reducionismo ao paradigma biomédico.

“Hoje, a gente está sustentando algumas ações do Caminhos do Cuidado. Posso dizer que o Caminhos entrou, do ponto de vista pedagógico, organicamente no planejamento das nossas ações. Outro ponto importante para a escola foi a possibilidade de articulação entre as áreas da Saúde Mental e a Atenção Básica, que ainda não tinha sido trabalhada pela escola”, disse Emilene.

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Diretores e representantes das ETSUS e colaboradores do Caminhos do Cuidado

Jorge Luís de Castro, que foi diretor da ETSUS do Rio Grande do Norte no período de formação do Caminhos do Cuidado, enfatizou a maneira como foi construído todo o processo das turmas. “A gente capilarizou muito rapidamente a importância da proposta do projeto para o estado: encontro nos territórios, diálogo sobre as práticas cotidianas e diferentes pontos de vista. E tudo isso em um curso de curta duração. O Rio Grande do Norte teve a grata surpresa de alcançar para além da meta”, relatou Castro.

Para ele, é visível que ainda existem muitos caminhos a serem trilhados e que o Observatório surge para dar um novo formato e ser um espaço onde a educação permanente poderá ter continuidade, não só na formação em Saúde Mental, mas em relação à pesquisa também.

“Uma das grandes dificuldades das escolas é fazer a avaliação de seus processos. Temos meta a ser atingida, mas não sabemos precisar se aquilo que foi feito teve resultado no território, se foi apropriado pelos profissionais ou se teve algum impacto na população. Acredito que um dos grandes legados do Caminhos se deve à introjeção do tema Saúde Mental nas ETSUS de todo o Brasil”, destacou Castro.

Em relação ao legado deixado pelo projeto nos diferentes territórios da região Nordeste, o coordenador da Educação Permanente da Escola de Saúde Pública de Pernambuco (ESP-PE), Pedro Albuquerque, disse perceber o impacto da formação do Caminhos do Cuidado nos serviços de saúde e nas práticas dos profissionais.

Para Ceanny Costa, coordenadora do Curso Técnico em Vigilância em Saúde da ETSUS de São Luís do Maranhão, o projeto despertou nos ACSs a necessidade de estudar mais sobre a área de Saúde Mental. “Nós já trabalhávamos com a metodologia ativa e a problematização proposta pelo Caminhos, mas tentamos vincular muitas coisas que aprendemos durante o processo de formação do projeto. Considero que o desdobramento auxiliará muito na formação dos outros profissionais, que serão os nossos facilitadores no corpo da escola”, esclareceu Ceanny.

Para a diretora da ETSUS do Piauí, Josélia Moreira, o Caminhos do Cuidado mudou completamente a maneira de ensinar da escola. “Nós tivemos um legado muito importante desse projeto em relação ao uso das metodologias ativas no processo ensino-aprendizagem, proporcionando um envolvimento maior de toda a equipe”, disse Josélia.

Segundo Pedro Albuquerque, da ESP-PE, a proposta do Observatório é muito importante para sintetizar e deixar a história marcada no sentido de contribuir para as formações que as escolas técnicas do país venham a desenvolver. Nessa mesma perspectiva, a diretora da EFTS-BA, Maria José Camarão, ressaltou sobre os desdobramentos do projeto.

“Estamos abertos para a continuidade do processo e queremos que o Caminhos do Cuidado traga também possibilidades de crescimento e avanços para as escolas. É uma proposta muito bem vinda e espero que a gente aplique e avance, destacou Maria José.

ETSUS da região Nordeste se reúnem após a rodada de apresentações

Após o término das apresentações e da troca de relatos sobre as experiências do projeto e expectativas em relação ao Observatório, os diretores e representantes das ETSUS da região Nordeste se reuniram para discutir sobre o trabalho desenvolvido nas escolas técnicas em que atuam.

Encontro entre os diretores e representantes das ETSUS da região nordeste

Encontro entre os diretores e representantes das ETSUS da região Nordeste

E assim, a equipe do Caminhos do Cuidado se despediu de Salvador com destino ao Rio de Janeiro. As próximas rodadas de apresentações ocorrem nos dias 7 e 9 de junho, envolvendo respectivamente os diretores das ETSUS das regiões Centro-Oeste e Norte do país.

Confira a programação completa da rodada de apresentações!

Por: Roberta Raupp
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