Ao final do projeto Caminhos do Cuidado no Distrito Federal, os resultados foram bastante positivos e não se limitaram apenas à formação dos alunos, os agentes comunitários de saúde (ACSs) têm se mobilizado pelo fortalecimento das estruturas na rede de atendimento e estão atentos ao trabalho de prevenção, que também precisa ser feito.  Esta é a avaliação da coordenadora estadual do projeto no DF, Tereza Cristina Lyra Leite.

A coordenadora conta que os ACSs têm feito um bom trabalho junto aos usuários, mapeando as demandas e apontando para a necessidade do fortalecimento ou da criação de novas estruturas dentro da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), em cada uma das cidades satélites do Distrito Federal, que funcionam como municípios. “Nas cidades onde não há Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs), eles estão demandando a Secretaria de Saúde a fim de que se criem essas estruturas. Eu vejo o resultado não apenas da execução do projeto, mas da mobilização que está gerando dentro das regionais”, completou.

Tereza ressalta que foi garantido que o tema ficasse dentro da pauta do dia a dia, além do fortalecimento das estruturas de atendimento, e a ideia da realização de um trabalho preventivo que precisa ser feito, o que vem sendo muito discutido com os ACSs.

De acordo com a coordenadora, a formação em saúde mental, álcool, crack e outras drogas oferecida pelo projeto Caminhos do Cuidado teve um alcance de 100% em todas as regiões administrativas. “A última turma foi realizada em Taguatinga, onde o índice ainda era baixo, mas, esse ano os alunos foram liberados para fazer o curso, que aconteceu na própria cidade”, contou.

Etesb incorpora temática do Caminhos do Cuidado à grade

Dentro da meta estipulada pelo projeto foram realizadas 27 turmas, segundo Tereza, depois dessas a Escola Técnica de Saúde de Brasília (Etesb) fez mais três turmas com recursos próprios, e duas estarão concluídas até agosto, totalizando assim mais cinco turmas.

Vale destacar que a Etesb incorporou à matriz dos cursos para ACSs a temática saúde, mental, álcool e drogas do Caminhos do Cuidado. Assim, tanto os alunos atuais como os futuros estudarão esses conceitos. “A saúde mental não tinha esse destaque, fizemos essa incorporação.”

Ao comentar sobre os trabalhos dos alunos apresentados na mostra de encerramento, Tereza explicou que as equipes descobriram suas potencialidades, o que pôde ser notado em três trabalhos sobre práticas integrativas como massagem, atividades físicas e lúdicas, entre outros.

– Eles refletiram que as atividades para o bem-estar físico também poderiam ser realizadas para a saúde mental.  Eles pensaram sobre as pessoas que estavam isoladas em casa, tomando medicação para dormir e por meio dessas práticas integrativas perceberam que também é possível melhorar a qualidade de vida de cada uma delas, porque melhoram também sua saúde mental. Agora existe uma preocupação de escutar o outro de maneira diferenciada. – analisou.

Veja aqui os números do projeto nas regiões do Distrito Federal