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Orientadores entram na luta para melhorar atendimento a usuários de álcool e drogas
21 de outubro de 2013

OLYMPUS DIGITAL CAMERAEles têm em comum a vontade de transformar e melhorar o atendimento aos usuários de álcool, crack e outras drogas. Saíram do norte e nordeste do país para concorrer a uma vaga de orientador de aprendizagem do Projeto Caminhos do Cuidado. Hoje já acompanham os tutores que formarão agentes comunitários de saúde (ACSs) e auxiliares e técnicos de enfermagem (ACSs), para lidar com essa temática respeitando as especificidades de cada região do país. A base do curso é a política do Ministério da Saúde de Atenção Integral e o cuidado com as pessoas que fazem o uso prejudicial de drogas, norteados pela redução de danos aos usuários.

Marcelo Agra, Lorena de Melo, Renata Almeida, Carolina Teixeira e Bruno Silva fazem parte da primeira turma de orientadores de aprendizado formada pelo Projeto Caminhos do Cuidado e participaram do acompanhamento da primeira oficina para tutores realizada no Recife.

Marcelo Agra é psicólogo clínico e há 15 anos lida com álcool e drogas. Há três anos atua em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS/AD) de Pernambuco. Especializado em psicologia clínica e direitos humanos, faz mestrado em psicologia e o objeto de sua pesquisa é a internação compulsória de usuários de crack.  Além disto, é professor do curso de especialização em Direitos Humanos, Saúde Mental, álcool e outras drogas. “Trabalho com a perspectiva de contribuir para o projeto de transformação dos usuários. A demanda é crescente e o Estado tem se mobilizado mais.”

Atuando como orientador, Marcelo disse que a oficina de tutores agregou as pessoas.  “Agora já participando do grupo, como orientador, estou achando bem interessante, a oficina agrega as pessoas, a dinâmica utilizada propicia isso. Eles (os tutores) já se sentem parte do projeto.”

Como pernambucano Marcelo fala da interação dos tutores no curso e compara esse entusiasmo ao dos foliões no carnaval. “É como um bloco que vai passando e levando as pessoas. Esperamos que os ACSs entrem nesse bloco ajudando nesse processo de transformação”.

Lorena de Melo trabalha com educação permanente, na Escola de Saúde Pública, mas anteriormente trabalhou na Atenção Básica, no Recife. “Eu espero que esse curso possa contribuir com a realidade dos ACSs. Existe uma incerteza e uma insegurança muito grande para eles lidarem com a questão do álcool, crack e outras drogas. Acredito que o curso possa dar a eles mais elementos para que lidem de uma forma melhor, sem tanta angústia”. Lorena diz que ainda existe uma relação muito discriminatória com os usuários, e que gera uma barreira na sociedade como um todo.

Participando de seu primeiro encontro com os tutores, Lorena contou que a oficina criou uma afinidade que vai facilitar no dia a dia dos tutores. “Discutimos vários assuntos, lemos textos e fizemos reflexões. Está tudo bem amarradinho, tudo bem estimulado. A oficina cumpre bem o papel de discutir com os tutores a programação do curso”, comentou.

Renata Almeida é professora da universidade Católica de Pernambuco e já gerenciou o CAPS/AD, e é consultora do Programa Atitude da Secretaria Estadual de Defesa Social de Pernambuco, voltado para usuários de que crack que estão em risco iminente de morte. Atualmente integra a O.S. Centro de Prevenção às Dependências. “A minha expectativa é grande quanto ao aprendizado. A ferramenta de Educação a Distância (EAD) é relativamente nova. Esse curso que está sendo oferecido para Atenção Básica é importante para passar a integrar a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Vamos ter possibilidade de chegar ao interior”.

Ao participar da oficina com os tutores, Renata reforça a expectativa de que o curso chegue à ponta, ou seja, aos ACSs e ATENFs. “Acho a metodologia enriquecedora em relação ao debate. Instiga o tempo todo, pensando e repensando as práticas e concepções. Todas as propostas são bem aceitas”.

Carolina Teixeira, enfermeira da estratégia de Saúde da Família participando do projeto Caminhos do Cuidado como orientadora, espera aprender muito e ser uma multiplicadora, promovendo uma modificação no sistema. Atuando em duas comunidades, com alta vulnerabilidade na periferia do Recife, ela conta que há adolescentes com problemas de álcool e drogas nesses locais. “Muitas mães nos procuram. O projeto vai informar e instrumentalizar e vai dar autonomia para os ACSs e ATENFs trabalharem essas questões”. Carolina avaliou os tutores como muito participativos, cada um com sua realidade diferente e muito rica.

Bruno Silva é professor do curso de enfermagem da Universidade Federal do Acre, no campus de Cruzeiro do Sul. Lá ele dá aulas para 30 alunos, na disciplina Uso e Abuso de Substâncias Psicoativas.  O tema álcool e drogas sempre provocou seu interesse. Bruno que fez cursos de especialização na Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), e vai defender a tese de mestrado “Álcool em população indígena”.

Já atuando como orientador, ele coordenou 18 candidatos, ou melhor, candidatas, já que todas eram mulheres vindas de vários municípios do Acre. “Temos conversado bastante e feito trocas, o grupo tem atendido às propostas da coordenação. Existem as nuances do estado (Acre), e eu já tenho pensado nas especificidades de cada município e que é importante conhecer cada uma dessas realidades, e o cenário de saúde dos municípios. Dentro do projeto existe a possibilidade de formar ACSs em locais mais distantes”. Bruno acrescenta que também dará suporte aos tutores através das comunidades de práticas.


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