Depois de três dias de trabalho em Brasília, os participantes da oficina “Caminhos do Cuidado: trajetórias” se reuniram hoje (17/09) para apresentar o resultado parcial das avaliações dos dois anos de formação nas cinco regiões do país. Com falas emocionadas, os participantes expressaram a riqueza de reunir diferentes atores de todo o Brasil para refletir sobre o trabalho desenvolvido desde 2013.
O dia foi marcado por um volume significativo de contribuições que serão sistematizadas e encaminhadas à coordenação do projeto até novembro deste ano. Entretanto, já foi identificada a necessidade de se registrar a diversidade de processos de trabalho e de soluções e tecnologias desenvolvidas para formar mais de 290 mil agentes comunitários de saúde e técnicos de enfermagem, para atuar no enfrentamento do álcool, crack e outras drogas.
A troca de experiências entre profissionais da saúde, coordenadores do projeto, representantes do Ministério da Saúde, tutores e alunos durantes esses três dias de trabalho fez emergir a necessidade de continuidade do projeto para preservar e registrar o que foi feito e, além disso, disponibilizar todo o conhecimento produzido ao longo da formação.
“Em três dias a gente conseguiu construir um coletivo muito interessante de falas muito diversas sobre os processos vivenciados e todos convergem para a ideia de um projeto exitoso”, relatou Stephanie Kulpa, consultora responsável pela avaliação dos relatórios enviados pelos estados.
Já Alessandro Augusto, diretor da Escola Técnica do SUS em Sergipe, destacou a rede potente que foi formada pelo Caminhos do Cuidado em termos qualitativos e quantitativos em todo o país. Além disso, ponderou que é preciso buscar entender como a superação da meta estipulada poderá produzir sentido em cada território.
Diante de tantas falas positivas sobre a experiência, coube a coordenação do projeto construir e apresentar uma proposta para manter a vivência, a metodologia, do Caminhos do Cuidado acessível para ser compartilhada e desdobrada em outras temáticas da Saúde. E ali foi lançado o desafio de criar o Observatório Caminhos do Cuidado, uma plataforma virtual para a troca de experiências e produção coletiva de conhecimento, com o suporte tecnológico necessário para permitir a interação entre os envolvidos e todos os estados.
Como encaminhamento, com o resultado das avaliações que está em fase de consolidação, a coordenação do projeto começará a desenhar a proposta de construção do Observatório Caminhos do Cuidado. E assim, como o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Ricardo Ceccim, destacou na música “Kaira”, de Arnaldo Antunes, que “o pé também muda o chão”, já se pode esperar uma nova caminhada de muitos desafios e mudanças.
Kaira
Arnaldo Antunes
A música muda você
Você muda mais alguém
Alguém muda outro alguém
Que muda você também
Você muda a cada momento
A música muda o tempo
Você é um instrumento
A música muda você
Pra melhor, pra melhor, pra melhor
A música muda o corpo
E a dança ajuda a mudança
A música de um outro
Desfaz a sua distância
O mundo muda você
Os outros te mudam muito
Você muda pra crescer
A música muda o mundo
Pra melhor, pra melhor, pra melhor
A música muda o vento
O pé também muda o chão
Assim como o pensamento
Muda sua sensação
A música muda tudo
E tudo muda você
Você é você porque muda
A música ajuda a ser
Bem melhor