O Projeto Caminhos do Cuidado realizou de 18 a 20 de setembro, no Centro de Formação de Recursos Humanos Dr. Antonio Guilherme de Souza – Cefor, em Vila Mariana, a Oficina de Orientação Pedagógica de Orientadores de Aprendizado para os 16 candidatos classificados no processo seletivo realizado para o Estado de São Paulo. Ao final da oficina serão selecionados 8 orientadores e formado um banco de reserva com os suplentes.
A solenidade de abertura na quarta-feira, 18 de setembro, teve início com a composição da mesa formada pela diretora da Escola Técnica do Município de São Paulo, Laura Santucci; como representantes do Ministério da Saúde foram chamados Marco Aurélio Rezende (Departamento de Gestão da Educação na Saúde – DEGES), Marcelo Pedra Martins Machado (Departamento de Atenção Básica – DAB) e Claudio Antonio Barreiros (Saúde Mental).
Também integraram a mesa: Carolina Rosa de Barros Feitosa, coordenadora da Escola Técnica do SUS do Estado de São Paulo;Cristina Guimarães como representante do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica- ICICT/Fiocruz)e Edelves Vieira Rodrigues, representando a Escola Grupo Hospitalar Conceição.
Laura Santucci explicou que o município de São Paulo conta com um projeto de formação na área de saúde mental, com recursos do Ministério da Saúde. Trata-se do Programa de Formação de Profissionais de Nível Médio para a Saúde (Profaps) da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), que visa qualificar agentes e enfermeiros. Ela informou ainda que em novembro será iniciado outro projeto na área da Saúde Mental, que também contará com recursos do Ministério. “Cristiane Costa, nossa técnica, vai acompanhar os três processos e estamos na perspectiva da integração dos mesmos. Em São Paulo temos números alarmantes na Saúde Mental. Fazer ações para qualificar os profissionais de modo integrado, é a forma de enfrentar o problema”.
Marco Aurélio Rezende agradeceu às escolas técnicas do SUS e disse ter ficado muito impressionado com o empenho delas. “Muitas turmas serão formadas e há quantidade de energia e esforço necessário para alcançar todos os agentes comunitários (ACSs) de saúde e técnicos de enfermagem do estado será imenso”. Ele destacou que há um processo de construção de educação permanente em saúde mental que precisa avançar no país, principalmente na Atenção Básica.
– O mais importante é entender que o projeto (Caminhos do Cuidado) é um programa de governo, dentro do Plano “Crack, é possível vencer”, inserido no eixo do cuidado. Cabe ao Ministério da Saúde pensar as ações do cuidado, que possam intervir na pessoa com sofrimento psíquico e como criar a intervenção para este cuidado. O DEGES está indo além do fortalecimento de uma política de Saúde Mental e Atenção Básica, pensando estratégias de trabalho e de formação de saúde mental. Esta oficina é fundamental para enriquecer esta discussão e fazer a interlocução de fato com as instituições no país e desconstruir caminhos que não são aqueles que entendemos como os de cuidado para a população – afirmou.
Escolas de São Paulo vão integrar os três projetos
Em seu discurso, Carolina Rosa De Barros Feitosa convidou às escolas técnicas do SUS a apoiar os processos nos estados. “Com estas ações, o Ministério da Saúde tira a cortina da invisibilidade do tema, e traz para a pauta o trabalho da equipe, fortalece a promoção e prevenção. Contamos com os orientadores para falar com os tutores neste processo que deve durar um ano”, disse, acrescentando que fará a coordenação estadual integrando estas instituições.
Marcelo Pedra reforçou o discurso dos colegas e afirmou que é preciso integrar Atenção Básica e Saúde Mental. “O objetivo é que possamos falar em ação de Saúde Mental na Atenção Básica, sem divisões e dicotomias. Incorporar os discursos da saúde mental à nossa clínica para que eles se entrelacem.”
Falando ao público, Cláudio Barreiros disse que a expectativa da área técnica impõe desafios.
– Nosso coordenador no Ministério da Saúde, Roberto Tikanory, é um dos representantes e precursores da reforma psiquiátrica no Brasil. Temos uma grande responsabilidade, que nos coloca num processo de contracultura, nos cabe rever a postura dos profissionais e a nossa própria, de ao aplicar os nossos conhecimentos abrir espaço para a prática do outro e, tentar reverter este histórico de internação. A expectativa é o desafio de rever as posturas e qualificar o debate na sociedade. Agora vocês fazem parte de uma cadeia de produção que esperamos que qualifiquem o modo como a sociedade brasileira vê as bases culturais como a Atenção Básica e a Saúde Mental postas no Brasil – declarou.
Representando o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICCT) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Cristina Guimarães, agradeceu a todos os diretores de escolas de saúde de São Paulo pela parceria e acolhimento. “Nada disso teria sentido se não fosse por vocês. Esperamos construir este processo de integração das instituições e oferecer o que vocês precisam para chegar à ponta. E que esta mensagem de integração e a importância da saúde mental na Atenção Básica tenha êxito”.
Edelves Vieira Rodrigues, como representante da Escola Grupo Hospitalar Conceição fez uma apresentação técnica do projeto.
- Apresentação Edelves – orientadores SP
- Apresentação de Marcelo Pedra, Departamento de Atenção Básica
- Apresentação de Cláudio Barreiros, Saúde Mental.
Dentro da programação da Oficina Pedagógica dos Orientadores, à tarde, foi realizada a esquete de Clowns que encenou o tema “Crack”, que foi seguida por uma Roda de Conversa com perguntas dos orientadores. A programação do dia foi encerrada pelo grupo pedagógico, que explicou as atividades de responsabilidade dos orientadores.
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