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Recife: Caminhos do Cuidado realiza oficina de tutores
2 de outubro de 2013

A oficina pedagógica de formação de tutores do Projeto Caminhos do Cuidado para os candidatos do Acre e Pernambuco foi aberta nesta segunda-feira (01/10), no auditório do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, da Fundação Oswaldo Cruz, em Recife (PE). Durante cinco dias, até sexta-feira (04/10), os candidatos a tutores participarão de várias dinâmicas e atividades, em conjunto, com a equipe pedagógica e com os orientadores de aprendizagem selecionados pelo projeto. O “Caminhos do Cuidado” vai capacitar agentes comunitários de saúde (ACSs) e Auxiliares e Técnicos de Enfermagem (Atenfs) em Saúde Mental, Crack, Álcool e outras Drogas.

Para abrir o evento foram chamados a compor a mesa: Neusa Macedo e Kátia Medeiros, representante da Escola de Saúde Pública de Pernambuco; Marco Aurélio de Resende, do Departamento de Gestão da Educação na Saúde (Deges) do Ministério da Saúde; Edelves Vieira, da coordenação acadêmica do projeto e Cristina Guimarães do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (ICICT/Fiocruz).

Neusa Macedo reiterou o apoio na formação e desejou sucesso no desafio que é o projeto. Katia Medeiros, a anfitriã do evento, falou sobre a satisfação da unidade Aggeu Magalhães estar participando dessa iniciativa inicial. Ela contou que ficou impressionada com a apresentação da pesquisa sobre crack realizada pela Fiocruz, tanto pelo seu tamanho como pelo enfrentamento a esse problema social de grandes proporções, com interface em diversas políticas.

Edelves Vieira agradeceu a acolhida do Centro Aggeu Magalhães, no Recife, e disse que em todas as partes do mundo, 30% dos casos que chegam à Atenção Básica são problemas decorrentes da saúde mental, e dentro dele está a questão das drogas. “É um tema muito difícil e polêmico, precisa ser tratado com cuidado por esses caminhos que têm que ser percorridos pelo Brasil e chegar a todos os agentes comunitários e auxiliares e técnicos de enfermagem que serão formados”.

Referindo-se à capacitação, Cristina Guimarães disse que uma empreitada dessa natureza pressupõe solidariedade e um acolhimento amoroso, próprios da proposta do projeto Caminhos do Cuidado, que é a de apostar que é possível fazer algo. Cristina comentou a pesquisa da Fiocruz sobre Crack que indicou que 80% das pessoas que hoje fazem uso da droga querem ser tratadas e esperam pelo tratamento. “Sem querer polemizar, mas a pesquisa é muito clara, porque coloca um questionamento muito forte sobre algumas políticas que apontam para a internação compulsória. Insisto sem querer polemizar, o mais importante é que a saúde e a Atenção Básica devem cada vez mais estar preparadas para acolher estas demandas, é isto que esta pesquisa nos mostra, o que a sociedade e os usuários esperam de nós”. Cristina disse ainda que no desenho do projeto, os tutores têm papel fundamental indo a campo e tendo contato com os agentes comunitários e auxiliares e técnicos de enfermagem. “Muito do sucesso desta empreitada estará focada em vocês, que são atores privilegiados nesse desenho que fizemos”, completou.

Marco Aurélio de Rezende agradeceu a parceria ICICT/ Fiocruz com Grupo Hospitalar Conceição (GHC) pelo esforço na execução do Projeto Caminhos do Cuidado. De acordo com Marco Aurélio, o Ministério da Saúde dentro do Plano Integrado “Crack, é possível vencer” tem pensado várias ações na atenção e no cuidado à população que está em sofrimento pelo uso abusivo de álcool, crack e outras drogas. “As áreas técnicas da Saúde Mental e Atenção Básica têm construído seus planos de intervenção, através dos equipamentos e da implementação da política dos Consultórios na Rua, nos Núcleos de Saúde da Família (NASFs) e nos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS/AD) pensando em uma rede de atenção psicossocial, que possa de alguma forma dar uma resposta não só à pesquisa, mas naquilo que tem sido vivenciado nos territórios de pessoas que necessitam e que solicitam de ajuda no sofrimento psíquico pelo uso abusivo de álcool, crack e outras drogas”.

Após o pronunciamento dos membros da mesa, Edelves Vieira, da Coordenação Acadêmica, apresentou na forma de slides o projeto Caminhos do Cuidado e falou sobre a formação dos tutores. No Acre está prevista a capacitação de um total de 1.736 profissionais de saúde da Atenção Básica, entre agentes comunitários de saúde e auxiliares e técnicos de enfermagem, com um total de 44 turmas. Em Pernambuco, o curso espera formar 62 turmas e capacitar 17.233 profissionais, ACSs e Atenfs.

Depois da solenidade de abertura, Renata Pekelman, da Coordenação Pedagógica informou aos alunos sobre a programação do curso de tutor. Segundo Renata, cada grupo de tutor terá um orientador, que será aquele que vai fazer o acompanhamento do curso à distância. Ela explicou que no edital, o módulo 1 é presencial (a oficina), e no módulo 2 as pessoas vão entrando conforme a execução das turmas de agentes. Renata disse ainda que para cada grupo de 10 a 16 tutores terão um orientador, e este orientador terá o apoio dos educadores, que também darão suporte aos tutores. Renata explicou que no caso do Acre foram chamadas mais pessoas prevendo desistências ao longo do curso. O mesmo não ocorreu em Pernambuco, já que houve mais vagas do que candidatos.

Renata apresentou os orientadores Bruno Pereira da Silva, Lorena Albuquerque de Melo, Marcelo Agra, Caroline Santos Teixeira e Renata Barreto Fernandes de Almeida aos alunos que ficaram sob a supervisão deles. A seguir, os alunos da Oficina Pedagógica de Formação de Tutores foram separados em dois grupos e convidados a formar uma roda para participar da Dinâmica da Teia utilizando, para isto, um rolo de barbante. Cada aluno se identificou e falou sobre sua atuação profissional, bagagem e anseios. Depois de cada apresentação, o participante jogava o rolo de barbante para outra pessoa, de forma que alunos e a equipe do projeto, ao final da apresentação, tivessem formado uma grande “teia” e compartilhado suas vivências de uma forma lúdica.

Dinâmica e exibição de vídeo

O reinício das atividades, na parte da tarde, começou com a exibição do vídeo de esquete de clowns “Crack, crack” protagonizado por Rita Barboza e Joelma Fagundes. A programação seguiu com as apresentações de Marcelo Pedra Martins do Departamento de Atenção Básica (DAB) e Claudio Antônio Barreiros e Mariana Schorn da Área Técnica de Saúde Mental, do Ministério da Saúde.

Os três reforçaram a idéia de que é preciso a integração das duas áreas – Atenção Básica e Saúde Mental – e que os profissionais precisam ser sensíveis ao sofrimento psíquico, que possam acolher, sem produzir diagnósticos. Os técnicos falaram aos orientadores e candidatos a tutores sobre os desafios a enfrentar e sobre a forma de se trabalhar com integralidade, tanto no cuidado, como nos serviços e nas políticas públicas. Eles mostraram indicadores da Atenção Básica e falaram sobre a Rede Psicossocial.

Dando continuidade as atividades do primeiro dia de oficina presencial, os alunos foram separados em cinco grupos e realizaram a dinâmica do Retrato Falado e construção do mapa. Os cinco grupos foram reunidos por proximidade de território de atuação e considerando suas práticas cotidianas foram levados a construir, com seus colegas, um mapa de um território fictício. O exercício visou estimular a participação de todos no debate, de forma, que compartilhassem suas vivências e ampliassem a compreensão sobre seus problemas e as potencialidades e espaços de cuidado existentes nos seus territórios, e que são produtores de vida e saúde.

Confira algumas fotos:


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